Nós subimos, entramos, eu chamei pelo nome de minhas primas e tia e nenhuma responderam, então vi que estava só Arthur e eu, entramos, ligamos a tv e fizemos uma refeição muito saudável - risos- "miojo", sentamos no chão da sala em frente a tv e comemos juntos na panela mesmo, terminamos de comer arrumamos a cozinha e fomos pro meu quarto.
Deitamos abraçadinhos na cama e ficamos um tempão ali, só apreciando o silêncio e o momento, afinal, nada melhor que ouvir o som do silêncio para que possamos tentar intender nós mesmos.
Eu comecei a pensar em tudo aquilo que estava acontecendo: Como a vida podia mudar assim tão radicalmente? O que levou Arthur a gostar de mim? Porque tudo teria ocorrido daquele jeito? Minha familia? Como estavam todos? Meu pai? Porque nunca mais me ligou? Aquilo tudo vinha na minha cabeça como uma bola de neve, tudo misturado, as coisas boas e ruins. Uma coisa que eu nunca entendi, o tempo! O tempo faz coisas que ninguém é capaz de entender, coisas boas, coisas ruins, aliás, somente coisas, porque não sabemos ao certo o que é bom e o que é ruim pra gente, as vezes coisas são boas, porém, não são como queríamos e então dizemos que é ruim. Parei para pensar em tudo isso e tirar uma conclusão do que ao certo era bom pra mim. Aquele abraço do Arthur me fazia tão bem que eu me sentia protegida, me sentia amada, me sentia feliz como nunca tinha me sentido antes. Será que é possível amar alguém de verdade? Até quando Arthur ficaria comigo? Isso é tudo mesmo real? Isso ia e vinha em minha cabeça e era quando ele me abraçava mais forte e então eu sentia a vida em mim. Sim, é possível ser feliz, basta apenas observar os pequenos detalhes que as vezes não damos valor.
- Amor porque você se apaixonou por mim? - Arrisquei!E ele respondeu com a voz mais doce do mundo :
- Princesa, tem como alguém não se apaixonar por ti? Você é uma princesa, a minha princesa, você é encantadora, você me faz sentir bem. - Ele me beijou.
Eu voltei a pensar e a me perder nos meus pensamentos, eu tenho uma habilidade tão grande de me perder no meu próprio pensamento e criar um mundo inteiro imaginário. Pensei em tudo o que ele disse, em cada vírgula, em cada palavra, em cada gesto que ele fez com a boca, no beijo dele, no sorriso que ele deu quando me chamou de princesa e voltei um pouco mais além, lembrei de tudo o que ele havia feito pra mim. - Realmente ele me ama!- Pensei comigo mesma. Eu também amava ele e já estava imaginando algo tão intenso em mim que eu já estava com medo de me machucar.
- Amor quantas horas? - Ele interrompeu o silêncio.
Eu peguei o celular e olhei:
- Quatro e quinze.
- Nossa amor, me perdi nos meus pensamentos aqui, preciso ir embora, já está quase na hora de meus pais chegarem.
- Ah! - Fiz biquinho.
- Onw coisa mais linda do mundo!- Ele me beijou.
Ele se levantou e eu fui com ele até a porta, nos beijamos e ele se foi.
Eu voltei pro meu quarto, deitei na cama e voltei a ficar ali no meu silêncio e acabei dormindo.

Este foi um capítulo para "se" pensar.