Eu desliguei meu celular, pois, eu sabia que Arthur iria me ligar. Deixei avisado a minha tia que se Arthur aparecesse lá era pra dizer que eu não estava e por fim, nem no colégio eu não queria ir. 

Foi difícil, porque eu tinha que fingir que nada aconteceu, tinha que fingir que meu sentimento por Arthur não existia mais e também fingir que não conhecia Maria Laura, então, eu decidi que iria tentar agir normalmente. Fui dormir, descansei, esfriei a cabeça. Por um momento deixei tudo desaparecer e fiquei tranquila. 

No outro dia cedo acordei com Mayara mexendo no meu guarda-roupa. 

- O que foi Mayara? - Eu disse meio dormindo.

- Quero uma calça Keth, minhas calças estão todas sem graça. 

- Tu veio no lugar errado então guria, tu sabe que tenho só essas calças que você diz ser sem graça. 

- É verdade. Vim aqui só para confirmar. Irei vestir uma minha mesmo. - Ela saiu falando. 

Eu me levantei e me arrumei para o colégio, me arrumei assim, vesti roupa, porque não passei uma gota de maquiagem e nem penteei o cabelo, só fiz um coque. Vesti minha blusa de frio e fui. 

Respirei fundo antes de entrar no colégio e entrei. Logo veio Maria Laura: 

- Que pena do seu namoradinho, olha lá chorando e não quer falar com ninguém. - Ela disse em um tom debochado apontando para ele. 

- Isso quem causou foi você! 

- Eu? Não fui eu que terminei com ele. 

- Mais foi quem induziu o término! 

- Eu? - Ela fez um gesto mais debochado ainda apontando para ela mesma, puxou meu braço e continuou. - Escuta garota, repita isso de novo e então dessa vez a priminha morre. 

- Me solta! - Eu disse empurrado-a e saindo. 

Passei por Arthur e me veio aquele nó na garganta, eu prossegui e fui direto pra sala.

Maria Laura ficava me provocando, puxando assunto com Arthur e olhando pra mim, ela chegou a pegar o celular dele. No momento eu comecei a enjoar vendo aquilo, pois Arthur tava dando moral para ela e aquilo me enojava. 

- Professora! - Eu gritei. 

- O que foi Ketellyn?

- Preciso ir ao banheiro. 

- Vá! 

Eu sai correndo em direção ao banheiro. Tudo o que eu tinha comido no recreio voltou, vomitei muito. Realmente aquele "casalzinho" me enojava muito. Eu não conseguiria mais assistir aula, então fui até a diretoria e falei que estava passando mal e precisava ir embora. Eles ligaram pra minha tia e então me liberaram. 

Fui embora e quando abri a porta o apartamento encontrei Clarice. 

- Clarice? 

- Keth, se prepare! 

- Porque Clarice? Última vez que você disse isso eu não gostei nadinha. 

- Pode ser algo bom, como pode ser algo ruim.

- O que é Clarice? 

- Não posso lhe dizer, mas, escute o que você tem que fazer. Quando sua tia chegar você vai pedir para que ela te leve ao médico, fala que você tá muito mal e vai. 

- Pra que isso Clarice? 

- Você deve ir! 

- Ta bom. 

- Keth, preciso ir agora. 

E então ela sumiu novamente. 

Minha tia chegou para o almoço, ela nunca ia almoçar, mas, como eu passei mal ela foi. 

- Tia, a senhora poderia me levar ao médico? Eu realmente não estou me sentindo bem. 

- Claro Keth, vamos assim que suas primas chegarem. 

- Ok tia. 

Foram questões de segundos elas chegaram. 

- Mayara vou levar Keth no médico, ela tá muito mal. Cuide da sua irmã!

- Ok, me dê notícias.

E então fomos ao médico, apesar de estar com um pouco de medo eu queria entender o porque de Clarice ter me mandado ir ao médico.